Por:Mons. André Sampaio - Vatican News
Fotos: Carlos Moioli
Jesus Cristo é o exemplo perfeito de caridade. Uma pessoa caridosa é misericordiosa, compreensiva, pronta a servir, humilde, solícita e que vê as pessoas com tolerância e bondade. Cristo demonstrou todas essas características com as pessoas a quem serviu e encontrou. Jesus demonstrou caridade constante e encorajou Seus seguidores a fazer o mesmo. Entretanto, Seu grande ato de caridade foi Seu sofrimento no Getsêmani e o sacrifício de Sua vida na Cruz, através da qual todos nós recebemos a oportunidade de viver para sempre e retornar ao Pai Celestial novamente.
Jesus ensinou Seus seguidores a amarem uns aos outros. Ele nos ensinou a sermos caridosos e altruístas. Ele foi amigo do estrangeiro, comeu com os pecadores, e empregou seu tempo em edificar aos outros. Através de Seu exemplo, podemos encontrar as qualidades que devemos desejar para nós mesmos.
A vida de Cristo é o perfeito exemplo de caridade. Através de Seu exemplo, podemos aprender como encontrar felicidade e como enriquecer nossas vidas. Cristo nos ensinou que se colocarmos o próximo em primeiro lugar, poderemos encontrar a verdadeira felicidade. Na verdade, a definição de caridade é o puro amor de Cristo. A caridade é um dos dons espirituais, e por isso, pode ser adquirida de Cristo como um dom. Ela deve ser procurada através da oração sincera e da diligência. Deste modo, constatamos que caridade da Igreja remonta ao próprio Cristo e aos tempos apostólicos.
Jesus afirma que no final da vida seremos julgados pelo amor, o amor concreto de cada dia (Mt 25,31- 46). São Tiago nos recorda fortemente que a fé sem obras é morta em si mesma: "Meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé, quando não tem as obras? A fé seria capaz de salvá-lo? Imaginai que um irmão ou uma irmã não têm o que vestir e que lhes falta a comida de cada dia; se então algum de vós disser a eles: “Ide em paz, aquecei-vos” e “Comei à vontade”, sem lhes dar o necessário para o corpo, que adianta isso? (Tg 2,14-16).
Nas primeiras comunidades cristãs, eram os diáconos, em particular, que cuidavam dos pobres. Mais tarde os Papas, como bispos de Roma, confiaram a tarefa da caridade ao chamado Esmoler: este nome aparece pela primeira vez em uma Bula de Inocêncio III, no século XIII. A Esmolaria Apostólica nasce formalmente neste período. Leão XIII, o Papa da primeira Encíclica social, a Rerum novarum (1891), confia à Esmolaria Apostólica a faculdade de conceder a Bênção Apostólica através de pergaminhos. O Papa Pecci denunciava as dramáticas condições daquela que ele chamou de "a infinita multidão de proletários", explorada por "um número muito pequeno de super ricos" e mobilizava toda a Igreja para que apoiasse os pobres criados pela Revolução Industrial. Hoje, justamente graças aos recursos provenientes dos pergaminhos, além de outras doações, a Esmolaria pode ajudar em nome do Papa aqueles que passam por dificuldades.
“A oração sem caridade não é completa”, afirma o esmoleiro do Papa, Cardeal Konrad Krajewski, que convida todos a doar, dentro das próprias possibilidades. A compra de respiradores é um sinal para que outros possam se colocar à disposição e doar a quem precisa. A lista de doações do Papa Francisco para aliviar o sofrimento das populações mais vulneráveis do mundo no contexto da emergência provocada pelo Coronavírus, não para de crescer. E o coração do Papa Francisco, desta vez bateu pelo Brasil, o segundo país mais afetado do mundo pelo novo corona vírus. Segundo estimativas recentes, são 3.862.311 de pessoas infectadas, 3.031.559 recuperados e um lastimável total de 120.828 mortos.
A Esmolaria Apostólica enviou ao Brasil 18 ventiladores Draeger para terapia intensiva e 6 ecógrafos portáteis Fuji". Uma ajuda concreta, tornada possível "graças ao generoso compromisso da Associação Hope Onlus que, altamente especializada em projetos humanitários sobre saúde e educação, tem trabalhado para encontrar os equipamentos médicos de alta tecnologia que salvam vidas através de vários doadores; tem trabalhado também no procedimento de transporte e instalação nos diversos hospitais.
A Associação Hope Onlus, através do emissário Antonio Guizzetti, está fazendo chegar a ajuda concreta do Pontífice até as estruturas sanitárias nas mais diversas partes do Brasil. A missão humanitária pelo país, o segundo mais afetado pela pandemia no mundo, segue uma agenda para entregar os equipamentos aos hospitais religiosos que visam auxiliar no tratamento e na cura de pacientes contaminados pelo coronavírus. No cronograma de encontros e doações consta a passagem por Brasília/DF, Goiânia/GO, Tocantinópolis/TO, Crato/CE, Aracaju/SE, Rio de Janeiro/RJ e Porto Alegre/RS.
Neste domingo, dia 31 de agosto, o Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ), o Eminentíssimo Senhor Cardeal Orani João Tempesta, O.Cist., presidiu uma missa em ação de graças pelos equipamentos de saúde enviados pelo Papa Francisco para o tratamento de pacientes com coronavírus ao Hospital São Francisco na Providência de Deus, na Tijuca, zona norte do Rio.
Os quatro ventiladores e um ecógrafo, uma espécie de ultrassom portátil, que ficarão à disposição para o tratamento e terapia intensiva de pacientes e contaminados pela Covid-19, foram entregues pelos emissários do Papa Francisco, doutores Paolo Tachine e Antonio Guizzetti, representantes da “Hope Onlus“ durante a celebração da capela do hospital que contou ainda com a presença do diretor do hospital, frei Paulo Batista e do bispo auxiliar da Arquidiocese, Dom Roque Costa Souza.
“Aqui no Rio de Janeiro, tivemos esta oportunidade de receber os equipamentos, fruto da solidariedade e preocupação do Santo Padre com todas as vítimas e contaminados desta pandemia que mudou a realidade do mundo. Agradecemos ao Papa Francisco pela deferência”, disse dom Orani João.
Em 2013, o Hospital São Francisco na Providência de Deus recebeu a visita do Santo Padre, durante a Jornada Mundial da Juventude. Segundo a Arquidiocese, essa doação de equipamentos vai ajudar e muito o Brasil – um dos países mais afetados pela pandemia.
"Os pobres precisam experimentar o amor de Deus presente em suas vidas através de nossa fraternidade e solidariedade". Como firma o nosso Arcebispo, Cardeal Orani João Tempesta.
Manifestemos nossa misericórdia pela beneficência, e pela benevolência, socorrendo aos que sofrem, por meio da ajuda material e do conforto espiritual: o pão para os que têm fome, a água para os que têm sede, as roupas para os que estão desnudos; a visita aos enfermos e encarcerados, a palavra de estímulo e a solidariedade ao caído, o desejo do bem a todos os seres da criação.
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